Nesta terça-feira, 11 de março de 2025, completa-se cinco anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Covid-19 uma pandemia. O anúncio feito pelo diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, em 11 de março de 2020, marcou o início de uma mobilização global sem precedentes, levando países a adotarem medidas de contenção, confinamentos e estratégias emergenciais para evitar o colapso dos sistemas de saúde.
Antes de a pandemia ser oficialmente reconhecida, a OMS já havia emitido, em 30 de janeiro de 2020, o alerta de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o mais alto nível de precaução da organização. No entanto, a gravidade da situação não foi totalmente absorvida pelos países. Apenas com a formalização do termo “pandemia”, a comunidade internacional passou a agir com maior rigor.
Na época do anúncio, menos de 4.300 mortes haviam sido registradas em todo o mundo. Hoje, o número de vítimas ultrapassa milhões, sendo um dos eventos mais devastadores do século. A pandemia não apenas impactou a saúde global, mas também provocou crises econômicas, transformações no mercado de trabalho e mudanças significativas na sociedade.
Desde então, cientistas e governos enfrentaram desafios inéditos para conter o vírus e mitigar seus efeitos. O desenvolvimento de vacinas em tempo recorde foi um dos marcos da pandemia, permitindo que a população mundial fosse imunizada e que a vida retomasse sua normalidade gradativamente. No entanto, especialistas alertam que a humanidade ainda não está livre de novas pandemias.
Diante das falhas e dificuldades enfrentadas na contenção da Covid-19, a OMS e seus países-membros iniciaram em 2021 as negociações para um acordo internacional sobre prevenção e resposta a pandemias. O objetivo é criar um protocolo unificado para que futuras crises sanitárias sejam enfrentadas de maneira mais eficiente. Uma sessão final está marcada para ocorrer entre os dias 7 e 11 de abril de 2025, buscando consolidar o acordo antes da reunião anual da OMS em maio. Além disso, a partir de setembro deste ano, a organização terá a possibilidade de acionar um novo mecanismo de alerta chamado “emergência pandêmica”, permitindo uma resposta mais rápida a possíveis ameaças sanitárias globais.
Cinco anos após a declaração da pandemia, a Covid-19 já não domina o noticiário, mas seus efeitos ainda são sentidos. O aprendizado com essa crise destaca a importância da ciência, da cooperação internacional e da comunicação clara entre governos e sociedade. A OMS continua monitorando novas variantes do vírus e reforça a necessidade de manter investimentos em saúde pública. Para especialistas, a próxima pandemia não é uma questão de “se”, mas de “quando”. E, dessa vez, o mundo precisa estar mais preparado.