Campo Belo (MG) aparece como a segunda cidade de Minas Gerais com mais casos prováveis de dengue em 2020. Em apenas 15 dias de janeiro, o município registrou 94 casos, ficando atrás apenas de Belo Horizonte.
Em todo o estado, já são 677 casos prováveis até o momento, mas não há o registro de casos graves. O número considera os casos suspeitos somados aos confirmados.
Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde e foram divulgados no primeiro boletim epidemiológico do ano. Até a primeira semana de dezembro, Campo Belo teve 472 casos prováveis de dengue.
Casa com entulho
Um morador foi detido pela polícia por colocar em risco a saúde pública nesta quinta-feira (17). Na casa dele, no Jardim América, havia um grande acúmulo de lixo e animais. Segundo a prefeitura, ele impedia a entrada de agentes.
Os agentes de combate a endemias, ao lado da Polícia Militar, foram autorizados a entrar e encontraram o entulho na casa. Parte do material deve ser retirado.
Ações da prefeitura
A prefeitura diz que tem feito ações diárias buscando eliminar os focos do mosquito.
“Esses números nos preocupam sempre. Mas as ações estão sendo realizadas desde o ano passado. Nós temos um plano de enfrentamento da dengue, que inclusive já passou pela nossa regional, passou pelo conselho municipal de saúde. Ele é realizado de forma diária. Nessa época de chuva, que aumenta o número de casos, a gente aumenta os agentes de endemias e a gente tem feito mutirões dentro da cidade”, explicou José Assunção, secretário de saúde.
Ainda segundo o secretário, nesta sexta-feira foram realizados mutirões em três bairros, com retirada de mais de quatro caminhões de entulho de dentro de casas. A equipe da EPTV, afiliada da Rede Globo, esteve no bairro São Sebastião e não encontrou agentes por lá. Em apenas uma casa, foram três casos de dengue.
Segundo os moradores, desde setembro agentes de endemias não visitam o local. “É importante mostrar as ações positivas que a gente vem realizando. Inclusive, estes mutirões estão sendo divididos por bairros. Vocês foram lá e viram. Essa população que está se sentindo prejudicada, que os agentes não foram, a gente vai verificar o que está acontecendo”, esclareceu o secretário.
O secretário ainda reforçou que a ouvidoria da Secretaria de Saúde está aberta para reclamações.
Sobre o uso de fumacê em bairros com registros de dengue, o secretário alega que o Ministério da Saúde não preconiza mais o trabalho. “A substância usada, saiu a nota técnica esta semana que não é pra usar mais porque é extremamente resistente e não adianta. A gente chegou a comprar, porque o Ministério da Saúde não nos fornece mais”, contou.
“Naqueles bairros que havia um número de notificações maior, foi feito o fumacê. Agora, vão ser usados larvicidas biológicos. Mas também ainda não liberaram. Então a gente está usando do recurso próprio pra comprar esse medicamento, que segundo eles, também não adianta mais”.
Fonte: G1
