A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato, com penas que podem chegar a 25 anos de prisão. As investigações revelaram que Bolsonaro estaria envolvido na venda de quatro presentes valiosos recebidos em viagens oficiais, dois da Arábia Saudita e dois do Bahrein, incluindo relógios Rolex e Patek Philippe, vendidos por US$ 68 mil (R$ 346.983,60 na época).
Auxiliares de Bolsonaro teriam tentado vender esses itens com o seu conhecimento. Durante o depoimento, Bolsonaro permaneceu em silêncio, mas anteriormente negou qualquer irregularidade, afirmando não ter ordenado a venda das joias nem solicitado ou recebido presentes. As penas para associação criminosa variam de um a três anos, para peculato de dois a 12 anos, e para lavagem de dinheiro de três a dez anos.
A PF identificou uma organização criminosa ao redor do ex-presidente, envolvida no desvio de joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos em nome do Estado brasileiro. A defesa de Bolsonaro e de seus aliados não respondeu aos contatos da reportagem. Fabio Wajngarten, em nota, classificou seu indiciamento como “arbitrário, injusto e persecutório”. Frederik Wassef, também indiciado, afirmou que nem Bolsonaro nem Mauro Cid pediram para comprar o Rolex. Outros envolvidos, como José Roberto Bueno Junior, negaram participação nos crimes e disseram não ter sido informados sobre o indiciamento.