Um novo estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology reacendeu um dos debates mais antigos (e divertidos) do cotidiano: afinal, quem fala mais — homens ou mulheres?
A pesquisa acompanhou 2.197 voluntários ao longo de 13 anos, usando um dispositivo chamado EAR, que grava pequenos trechos das conversas do dia a dia. E o resultado confirmou o que muita gente já desconfiava na prática: na meia-idade, as mulheres realmente conversam mais.
Segundo os pesquisadores, mulheres entre o início e o meio da vida adulta (aproximadamente 25 a 64 anos) usam, em média, cerca de 3.000 palavras a mais por dia do que os homens da mesma faixa etária. A explicação mais provável está na combinação entre rotina social intensa, responsabilidades de cuidado e maior envolvimento em tarefas de coordenação familiar — ambientes onde a comunicação costuma ser constante.
Mas ao contrário do mito que viralizou por anos, não existem números mágicos como “16 mil vs. 13 mil palavras”. O estudo mostra que a diferença existe, sim, mas é mais sutil do que o senso comum sugere.
Curiosamente, a pesquisa também identificou que na infância, adolescência e velhice, a diferença entre gêneros quase desaparece — e, entre os mais idosos, os homens chegam até a falar um pouco mais.
Os cientistas destacam que a intenção não é alimentar estereótipos, mas mostrar que o uso da linguagem muda ao longo da vida e se adapta ao contexto, às responsabilidades e às demandas emocionais de cada fase.
No fim das contas, o estudo confirma uma verdade vivida por muitas famílias: na meia-idade, quando a vida exige mais organização, cuidado e trocas diárias, quem garante a conversa em dia — e a casa funcionando — geralmente é ela.





