Amigos usam as redes sociais para expressar luto pelo falecimento de Possato

Dobram…

Dobram de tristeza ao ver que mais um filho ilustre se vai…

Um esportista, altruísta, brincalhão nas horas certas, sisudo nos momentos necessários…

Um verdadeiro político, eu diria, por uma simples, porém fundamental característica: ao contrário de muitos companheiros espalhados pelo Brasil, jamais se enricou com a política.

Era, por ser!

Era, por ideal!

Era, por amor!!!

O engenheiro agrônomo que, deixou seu certificado engavetado apenas e tão somente por amar uma única profissão: a de POLÍTICO.

Aquele que sempre aceitou negociar, que sempre aceitou as costuras, desde que não fosse penosa para aquela que tanto amou, uma entidade chamada POVO.

Interessante dizer aos seus companheiros e algozes: está aí alguém que muito admirei, por sua simplicidade, por sua autenticidade, por sua transparência, por sua capacidade de DOAÇÃO.

Tanto doou que hoje se despede desta dimensão, levando consigo os maiores predicados de um EXEMPLAR POLÍTICO PROFISSIONAL: a pobreza, a simplicidade, o despojamento…

Tive a alegria de trabalhar ao seu lado na campanha a prefeito de 2008 e, por várias vezes, o candidato a prefeito foi o ‘motorista’ do seu assessor, o conselheiro do seu advogado, o moderador das discussões acaloradas, o ponderador dos momentos mais decisivos.

Ele era aquele que não levava para dentro de casa mágoas, desafetações, rancor ou ira.

Era o amigo que, não para ganhar voto, mas, compreendendo o sentido implícito do bom político, tirava do bolso o recurso do lanche para pagar a luz cortada do pedinte.

Uma vez testemunhei sintomaticamente tal situação: um incauto a ele abordou pedindo ajuda. “não paguei minha luz e a cortaram. Um seu colaborador alertou: mas ele nem mora em Lavras, não vai lhe render nenhum voto. Respondeu o vereador com a calma que lhe era peculiar. Não me importo com o voto não dado, me importo com a oração que vou receber!”

Assim era o meu amigo Antônio Marcos Possato. Mais uma vítima deste ser invisível de nome Covid. Que há poucos dias lhe levou o irmão mais velho e muito o entristeceu.

Ele me disse: agora me restam cinco amores… ou melhor: 6 amores: meus três filhos, minhas duas irmãs Maria Adélia e Maria Aparecida e o outro amor se chama “povo de Lavras”. E completou: ainda bem que tenho esses amores, do contrário iria começar ficar sem razão pra viver…

Pois é… Este “apaixonado por Lavras” se foi. O incondicional amigo do Lar Augusto Silva. O indefectível devoto da Irmã Benigna – não foi por acaso que o Restaurante Popular de Lavras ganhou o nome desta santa, foi por ele intransigentemente escolhido!

Rebusquei no celular nossa última conversa: foi no dia 09 de agosto próximo passado. Trata-se de um áudio – que agora vou preservá-lo para a posteridade – quando, ao final me perguntou sobre a recém criada ABROL – Sul de Minas (Academia Brasileira Rotária de Letras) e informou que iria providenciar uma Moção de Aplauso pela criação da citada arcádia e finalizou: “Precisamos encontrar, hein?! Tomar uma. Um abraço, tchau!”

Tchau, meu amigo Possato. Sua serenidade, sua amizade sincera, seu senso ímpar e pessoalíssimo de fazer humor, seu modelo inigualável de fazer política: “não me importo com o voto não dado, me importo com a oração que vou receber!”, irão muito nos faltar!

Irmã Benigna está feliz, pois, recebe no seu rincão um dos seus mais ardorosos devotos.

Hoje tem festa no céu e lágrimas inconsoláveis na terra.

Um dia chego por aí para tomar aquela “uma” que há menos de um mês você me convidou…

O momento é de Pedir a Deus por sua recuperação, para que tão logo ele volte ao nosso convívio!

Força meu grande amigo!