Aluno da Ufla desenvolve sistema para jogo voltado ao aprendizado da Matemática

Como trabalho de conclusão do mestrado em Ciência da Computação, o técnico Adalberto Mendes desenvolveu um sistema eletrônico para o jogo Contig 60. Nesse jogo, muito utilizado para se trabalhar com o cálculo mental das operações básicas e também com expressões numéricas, os jogadores utilizam um tabuleiro e três dados, mas a invenção no DCC substitui esses objetos e otimiza os cálculos – e fornece dados aos professores.

O Contig 60 é constituído por um tabuleiro em que há 64 números, dispostos em espiral de fora até o centro, e que variam de 0 a 180. Lançando os três dados, o jogador deve formar sentenças utilizando os números desses dados e as quatro operações matemáticas básicas. Por exemplo, se caírem os dados em 2, 3 e 4, o jogador pode optar por construir números como: 3 – 2 + 4 = 5; (2+3) x 4 = 20, ou 2 x 3 x 4 = 24. Daí, deve optar por um dos resultados e marcar o número no tabuleiro. Pode ser feita contagem de pontos por meio da aquisição de números vizinhos ou a vitória pode ser dada para quem formar uma linha reta (vertical, diagonal ou horizontal) com vários números no tabuleiro.

O aparelho desenvolvido por Adalberto, durante o mestrado, contém um tabuleiro eletrônico com teclado, LEDs (didos emissores de luz), LCD (liquid crystal display) e microcontrolador. O sistema eletrônico embarcado também fornece os números de três dados, de maneira aleatória, e cabe ao usuário definir as operações mais interessantes para formular um número. Também é possível que um jogador desafie a máquina.

Adalberto aponta algumas vantagens do sistema: “Por ser eletrônico, impede que sejam burladas as regras. Outra função interessante é a gravação das jogadas, que podem ser analisadas pelo professor para identificar o pensamento do aluno”. Como envolve operações matemáticas, o jogo é voltado para estudantes do 4º até o 8º ano. “O Contig 60 exige muito exercício mental e raciocínio inverso. Para vencer, o jogador deve fazer muitos cálculos a fim de encontrar números próximos no tabuleiro, e também para impedir que o adversário forme sequências”. De acordo com pesquisas sobre o jogo, durante a partida o estudante desenvolve processos de estimativa, cálculo mental, tabuada, probabilidade, lógica e direcionalidade.

Pedido de patente

Adalberto e o seu orientador, professor Wilian Lacerda (DCC), entraram com um pedido de patente ao INPI para o sistema desenvolvido e obtiveram apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA (Nintec) para isso. “Trata-se do primeiro pedido de patente da UFLA oriundo do DCC e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. É um marco não apenas pelo pioneirismo, como também por consolidar o mestrado como capaz de produzir inovação tecnológica”, observa o professor Wilian. A defesa de mestrado ocorreu em 2015 e o pedido de patente, em 2016, após um estudo buscando patentes similares (que não foram encontradas).

No Nintec, o apoio foi obtido desde o momento em que os inventores manifestaram interesse sobre a proteção intelectual. “Entre as etapas, analisamos e verificamos pré-requisitos para o pedido; fizemos a redação em conjunto; e procedemos o depósito da patente”, conta a gestora de Ciência e Tecnologia do Nintec, Mônica Prado. Com o depósito, a invenção está protegida e está livre para ser comercializada. Outro ponto ressaltado por Mônica é que essa aproximação com o DCC inspirou uma série de palestras no Departamento para informações e esclarecimentos sobre inovação e proteção intelectual.

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