A advogada criminalista Caroline Landim, responsável pela defesa de Francisco de Assis Pereira, conhecido como “Maníaco do Parque”, declarou ser contra a possível soltura do cliente, prevista para 2028. Em entrevista ao jornal O Globo, Landim afirmou: “Por mim, ele ficará preso para sempre”.
Pereira foi condenado a 276 anos e três meses de prisão por assassinar sete mulheres em 1998, além de estuprar e roubar outras vítimas. No entanto, devido à legislação vigente na época da condenação, o tempo máximo de cumprimento de pena é de 30 anos, o que permitiria sua soltura em 2028.
Landim argumenta que, ao longo dos 26 anos de cárcere, Pereira jamais passou por acompanhamento psiquiátrico e não há qualquer laudo técnico atualizado sobre sua condição mental. Ela destaca o alto risco de reincidência, considerando o histórico brutal dos crimes cometidos e o diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, condição considerada sem cura.
A advogada também revelou comportamentos inquietantes do detento, como exigências específicas para participar de um documentário, incluindo tratamento dentário completo, um rádio e um par de patins. Pereira sofre de amelogênese imperfeita, condição genética rara que afeta a formação do esmalte dos dentes, deixando-o atualmente desdentado.
Apesar da gravidade dos crimes, o serial killer jamais foi submetido a exame criminológico, avaliação forense conduzida por psicólogos e psiquiatras especializados. No sistema penal, esse tipo de análise só é exigido quando o preso solicita progressão para regimes mais brandos, o que não ocorreu no caso de Pereira. Como cumprirá integralmente os 30 anos em regime fechado, ele poderá sair sem nenhuma avaliação psiquiátrica recente.
Hoje, aos 57 anos, Francisco de Assis Pereira cumpre pena na penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, unidade destinada a estupradores e autores de crimes sexuais.
