A lenda de Pata Seca: o escravizado gigante de São Paulo que teria tido mais de 200 filhos

A história de Roque José Florêncio, conhecido como “Pata Seca”, segue despertando curiosidade e admiração no interior paulista, especialmente na região de Santa Eudóxia, distrito de São Carlos, onde viveu até morrer, em 1958. Ele é lembrado como um dos personagens mais enigmáticos do período pós-escravidão no Brasil, cercado por relatos populares e fragmentos de documentos históricos.

Segundo a tradição oral, Pata Seca teria sido forçado, durante o período da escravidão, a atuar como “escravo reprodutor” por causa de sua altura incomum — estimada em cerca de 2,18 metros — e do porte físico considerado impressionante para a época. A prática, embora pouco documentada oficialmente, era mencionada em fazendas do século 19, onde algumas pessoas escravizadas eram exploradas para gerar mais mão de obra.

Os relatos de familiares e moradores antigos afirmam que Roque José Florêncio teria tido mais de duzentos filhos ao longo da vida, muitos sem registro formal. Historiadores apontam que essa contagem exata é difícil de comprovar, mas reconhecem que a fama de sua grande descendência atravessou gerações e se tornou parte da memória coletiva da região.

Documentos existentes, como sua certidão de óbito, registram que ele morreu aos 130 anos — outro dado que intriga pesquisadores e desperta debates sobre a precisão dos registros da época. Mesmo assim, o número reforça o caráter lendário atribuído à sua trajetória.

Pata Seca vive na fronteira entre o fato histórico e o imaginário popular: um homem real, marcado pela violência do sistema escravocrata, cuja vida se transformou em símbolo da exploração e, ao mesmo tempo, em uma das histórias mais peculiares do interior paulista. Hoje, seus descendentes seguem espalhados por diferentes cidades, mantendo viva a memória de um dos personagens mais curiosos do passado brasileiro.

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