O Ibama deu sinal verde para que a Petrobras inicie a perfuração de um poço exploratório na Margem Equatorial, em águas profundas da Foz do Amazonas. A decisão, anunciada às vésperas da COP30 em Belém, acendeu o alerta vermelho entre ambientalistas e especialistas: o país que se apresenta como líder climático abre espaço para uma nova fronteira fóssil em uma das regiões mais sensíveis do planeta.
A área, localizada a 175 km da costa do Amapá, abriga manguezais, recifes recém-descobertos e uma das maiores biodiversidades marinhas do mundo. Qualquer vazamento, mesmo pequeno, pode espalhar óleo por centenas de quilômetros, atingindo comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem da pesca. Além disso, os ruídos sísmicos usados na prospecção afetam golfinhos, peixes e tartarugas, comprometendo todo o equilíbrio ecológico da região.
Para a Petrobras, trata-se de uma etapa de pesquisa. Mas para os ambientalistas, é um passo perigoso rumo ao retrocesso. “O governo tenta conciliar discurso verde e perfuração de poços, mas isso é impossível. Não há equilíbrio entre o petróleo e o clima”, afirma o Observatório do Clima.
O caso expõe a contradição de um país que lidera a transição energética no discurso, mas insiste em apostar em combustíveis fósseis. Enquanto o mundo busca reduzir emissões, o Brasil arrisca transformar o berço da vida em um campo de extração. O que se perfura agora não é apenas o solo amazônico — é o futuro.
🌎 Amazônia não é fronteira de lucro. É limite da consciência humana.
#Amazônia #Petrobras #Ibama #CriseClimática #COP30 #Amapá #brasil