O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por suas posições conservadoras e críticas ferrenhas ao governo Lula, protagonizou um episódio inusitado e polêmico no Congresso Nacional. Durante a votação da Medida Provisória 1303, que tratava da prorrogação da cobrança do IOF sobre operações de crédito, o parlamentar votou a favor do governo — e depois alegou que o fez “por engano”, porque estava cuidando da filha recém-nascida.
Nas redes sociais, Nikolas tentou justificar o deslize: “Fiz campanha contra o dia todo a MP 1303 e, cuidando da minha filha recém-nascida aqui, me confundi e votei errado”, escreveu. A publicação, no entanto, não impediu uma enxurrada de críticas, inclusive de aliados.
O erro foi visto como simbólico por opositores, que ironizaram o parlamentar — um dos principais rostos da direita nas redes — por “ter ajudado o governo que mais critica”. Dentro do próprio PL, a atitude causou constrangimento, já que a orientação do partido era votar contra a manutenção da MP.
A Medida Provisória, mantida pela Câmara, beneficia o governo federal ao preservar uma arrecadação bilionária com o Imposto sobre Operações Financeiras. Apesar de tentar se justificar, o episódio levantou dúvidas sobre o nível de atenção e de preparo dos parlamentares em votações decisivas.
Mesmo após o recuo público, Nikolas foi alvo de memes e comparações nas redes. “Votou com o Lula e botou a culpa no bebê”, ironizou um usuário. O caso, que mistura política e paternidade, virou símbolo da semana em Brasília — e mostra que, às vezes, um simples clique errado pode custar caro politicamente.