Nas últimas semanas a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) sofreu diversas críticas e questionamentos de usuários do serviço da empresa em Lavras.
As principais plataformas de debates foram mais uma vez as redes sociais, onde pipocaram denúncias e noticiais referentes a implantação dos eliminadores de ar nos registros das residências, cobrança da taxa de tratamento de esgoto, falta de água nos bairros, entre outros problemas.
Para falar sobre eles, a reportagem o Lavras 24 Horas conversou com o gerente do Distrito Regional da Copasa de Lavras, José Eli de Souza, que esclareceu várias dúvidas e questionamentos divulgados. Veja:
De acordo com o gerente do Distrito Regional da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) de Lavras, José Eli de Souza, o
Houve algum tipo de diminuição do nível do Rio Grande e dos ribeirões Santa Cruz e Água Limpa?
Estamos no período da estiagem. Com as chuvas das últimas horas em Lavras, ameniza-se um pouco o problema. Isso aumenta o volume de água do Rio Grande e dos ribeirões Água Limpa e Santa Cruz, que são as principais fontes para o tratamento, captação e distribuição de água feita pela Copasa na cidade. Isso representa hoje o percentual de 100% produzido em relação às necessidades da população. A previsão é que a partir de outubro as chuvas comecem a ocorrer, o que regulariza a situação.
É possível falarmos na necessidade real de um rodízio de distribuição de água na cidade?
Não. O nosso nível de produção pode atender às necessidades da população lavrense. Sempre quando fazemos uma campanha para economizar água, os moradores respondem de forma positiva. Isso ajuda a manter os níveis dos reservatórios. É importante que essa economia de água seja contínua. A tendência é que a população da cidade aumente, com isso a produção de água tende a diminuir. A Copasa conclui o projeto para fazer a duplicação da adutora do Rio Grande. São 10 km de extensão que liga a nossa estação de tratamento à Ribeirão Vermelho.
Qual o posicionamento da Copasa frente à instalação de eliminadores de ar nas residências dos usuários de Lavras?
Sabemos da existência da Lei Municipal 4.447/2018, que obriga que a Copasa instale os eliminadores de ar nas residências dos consumidores. No entanto, a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Agua e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG), determina que a Copasa deva fornecer o serviço de instalação do aparelho, mas a compra deve ser feita por cada consumidor. Os eliminadores de ar também precisam ser homologados pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Copasa entrou com uma liminar na 1ª instância e conseguiu suspender temporariamente os efeitos da Lei. A empresa aguarda o resultado deste julgamento.
Muitos moradores reclamam da falta de comunicação da empresa quando surge um eventual problema que provoca o abastecimento de água na cidade. Isso procede?
Determinadas situações, como o rompimento de uma adutora, podem acontecer de uma hora para outra. Não há como a gente prever. No caso dos efeitos negativos da estiagem nossa área de comunicação pode informar os meios de comunicação e os cidadãos sobre o problema.
Muitos moradores também se queixado do preço cobrado pelo serviço do tratamento do esgoto. Esses valores condizem coma realidade do município?
Quem estabelece os valores da tarifa é a ARSAE-MG, não a Copasa. No caso de Lavras, quem tem o esgoto tratado, o morador paga em torno de 92,5% referente à tarifa de água. A Copasa só faz cumprir o que estabelece a ARSAE-MG.
Há denúncias de que o esgoto não estaria sendo tratado na cidade, sendo que a taxa de tratamento é cobrada pela empresa. Chegou-se mesmo a divulgar uma foto em que o esgoto é lançado em um ribeirão da cidade. Isso procedesse?
O esgoto pode vir a ser lançado no ribeirão quando a residência fica localizada abaixo da linha coletora da Copasa. Neste caso, a empresa não pode obrigar o usuário a conectar sua rede á nossa. Para que isso seja feito também é preciso que haja um bombeamento para a rede da Copasa. Isso é uma determinação da ARSAE-MG. O trabalho de tratamento de esgoto da Copasa, no entanto, vem sendo feito na cidade.