Somos Professores… Somos Mestres!!!

O papel do professor na sociedade tem sido cada vez mais questionado por pais, alunos, políticos e pela comunidade em geral. A impressão que se tem é que qualquer pessoa se sente capaz de entrar em uma sala de aula e lecionar, como se isso pudesse ser feito no improviso ou pela intuição, bastando apenas ter boa vontade, um giz e muita saliva…

Algumas questões até corroboram com esta visão deturpada do trabalho do profissional da educação, como por exemplo, a baixa remuneração, a falta de incentivo na carreira docente e a desvalorização social que relativiza a capacidade e a metodologia do professor a um mero um conhecimento abstrato.

O mundo está repleto de informações, novidades, curiosidades, mas as pessoas não sabem como transformar esses dados em conhecimento, como fazer a ponte das informações obtidas para uma síntese histórica, cultural, social e política. Sobra informação, mas falta profundidade teórica. Os alunos estão repletos de novidades, mas incapazes de transformar as informações em um conhecimento válido, sem o processo pedagógico do professor.

É claro que a função do professor não é ser o “detentor do conhecimento” ou “sabe tudo” dos tempos modernos. Ele é o mediador, a ponte entre o que o aluno aprende no dia a dia com as teorias que fundamentam o seu saber científico. Os dois são igualmente importantes. Um sem o outro fica deficiente. É como uma águia com a asa quebrada. Ela tem potencial para estar nas alturas, mas a deficiência de um dos seus membros compromete toda a ação do voo.

Professor que sabe ser mestre caminha pela experiência da vida e pelo conhecimento científico, igualmente motivador, impactante e assombroso. Desperta a curiosidade e a busca por um saber solidificado. Restaura vidas, consola corações e cuida das feridas emocionais dos alunos. Aliás, essa dimensão emocional é inerente à vocação humana, portanto, necessária aos desafios da profissão de “mestre do conhecimento e do saber existencial”.

Pode até parecer presunção querer se intitular mestre do “saber existencial”, mas este é um saber que é construído a partir das dúvidas, das angústias, dos conflitos, da solidão, dos sucessos, dos amores e da paixão que move a vida humana. E a escola é o lugar de pessoas, onde se vive e se respira humanidade. É claro que não se tem respostas prontas para tudo, mas o processo de questionar, perguntar e problematizar os dilemas da vida humana é que torna a educação uma ação tão encantadora e transformadora.

Acredito que o bom professor salienta as suas vitórias e conta um pouco de suas histórias para os seus alunos… Já os grandes mestres partilham dos seus sofrimentos diários, das suas angústias existenciais e da necessidade de ser feliz no cotidiano da vida, despertando novas expectativas e desafios para serem descobertos pelos seus alunos, através da intrigante e desafiadora existência humana.

Prof. Dieikson de Carvalho

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias