Sindicato dos servidores acusam prefeito de retaliação por participação em manifestação

 

A exemplo do que aconteceu em muitas capitais e cidades brasileiras ontem, dezenas de cidadãos foram às ruas de Lavras para protestarem de forma pacífica contra as reformas previdenciária e trabalhista. O ato é organizado pelo Fórum Municipal de Lutas de Lavras.

Houve concentração na Praça dos Trabalhadores e passeata até a Praça Dr. Augusto Silva. Participaram do ato: Adufla, Sindufla, Sintisprev-MG, Sispmul, Sindute, Adufla, Sindufla, Sintisprev Sindute, STTR, Sinticom, Simpro-Minas, Sicol, Sindágua, Simpro, APG-Ufla, Cmpir, Gedim, Levante Popular da Juventude, PSTU e Pastoral da Saúde. Os manifestantes usaram faixas e cartazes para a chamar a atenção para as mudanças que poderão ser implementadas caso as propostas sejam aprovadas.

Os manifestantes usaram um carro de som para percorrer a rua Francisco Sales. O trânsito ficou complicado e houve congestionamento. Equipes do Departamento de Trânsito da Prefeitura precisaram fazer desvios na altura do Hotel Pinguim e na rua Getúlio Vargas. Funcionários do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal de Lavras também aderiram a manifestação. Servidores do Fórum Pimenta da Veiga também fizeram paralisações.

Os manifestantes também gritavam palavras de ordem como “Fora Temer” e “Um, dois, três, quatro, cinco mil, se a reforma não parar, vamos parar o Brasil”. Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Lavras, o ex-vereador e sindicalista Júlio de Melo pediu que os comerciantes baixassem as portas durante a passagem da passeata em sinal de apoio ao ato. “Precisamos de um povo consciente, sem isso não teremos emprego, nem consumo”. A adesão, no entanto, não foi total, principalmente por parte das médias e grandes marcas.

Críticas

Sindicatos e associações do coletivo Fórum Municipal de Lutas de Lavras realizou a manifestação no centro de Lavras.

Não sobraram críticas também ao prefeito Dr. José Cherem. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Lavras (SISPMUL) afirmou que o chefe do Executivo teria retalhado o ato de ontem. O coordenador da Pastoral da Saúde da Paróquia Nossa Senhora Aparecida,  Marcos Otávio de Oliveira Santos, também teceu críticas a atual administração.

“Em nome da Igreja Católica, estamos de olho nos acontecimentos do país e de nossa cidade. O prefeito não pode tratar os servidores dessa forma. O senhor não atende pelo Serviço Público de Saúde, não conhece essa realidade”, disse Marcos Otávio de Oliveira Santos.

Euisles Rodrigues da Silva (William), presidente do SISPMUL, não soube dizer quantos servidores aderiram à manifestação. Ele disse que envio vários ofícios ao Executivo para informar sobre o ato e a paralisação da categoria, mas não obteve qualquer resposta.

“Passamos uma lista os servidores das escolas municipais interessados em participar da manifestação, mas houve ameaça de corte de dia de trabalho e de ticket alimentação. O servidor que aderiu sofreu advertência. O prefeito simplesmente não acatou a nossa petição, desrespeitando as entidades sindicais”, argumentou William.

O sindicalista afirmou que o prefeito adotou uma postura de “ameaça, coação e assédio moral”. Para ele, a situação entre a categoria e o Executivo tende a ficar mais tensa. “O prefeito demonstrou que é a favor das reformas para aqueles que foram ameaçados e não vieram. Ele poderia ao menos ter feito uma acordo para reposição desse dia eletivo nas escolas, mas nem isso de fato aconteceu”, completou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Lavras (Sinticom), Armando Santos da Silva, faliu em um grande “momento” vivido pelo país por conta dos atos. Ele afirmou que esperava pela presença de mais manifestantes e que a aposentadoria poderá se tornar algo inalcançável para todo trabalhador.

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