Os últimos minutos antes do fechamento dos portões da Puc-Minas, um dos locais onde está ocorrendo a segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016, foram marcados por correria. Os atrasados apressaram o passo para chegar no horário. Gabriela Ramos, de 17 anos, tentou mas não teve sucesso. “Eu moro no Bairro Mantiqueira. Sai de casa às 11h30, mas não consegui. Vou tentar ano que vem”, disse a estudante. O exame de Eduardo Oliveira, de 35 anos, também ficou para 2017. “Antes eu fazia prova na UFMG. Acho que a mudança de local me prejudicou”, disse.
Antes da abertura dos portões o clima era de ansiedade entre os candidatos que começam a chegar para fazer o primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), depois de terem as avaliações adiadas devido às ocupações dos estudantes secundaristas que protestavam contra a PEC-55. Ainda antes dos portões da PUC-Minas serem abertos, ao meio-dia, os estudantes disputavam as sombras na calçada da Rua Coração Eucarístico de Jesus. “Por um lado, foi muito ruim ter adiado as provas porque aumentou a nossa expectativa. O lado bom foi que tive um mês a mais para estudar”, afirma Amanda Iasmin, de 17 anos, que tenta pela segunda vez o curso de medicina. “Foi ótimo fazer o exame do mês passado para complementar”, disse.
Eliabe Abreu, estudante de medicina, recebe os candidatos com um sorriso no rosto e um cartaz com abraços grátis (foto: Ramon Lisboa)
A estudante Izabela Guimarães, de 27 anos, aproveitou o tempo antes do exame começar para revisar a matéria. Ela acredita que a reivindicação dos estudantes secundaristas é valida, mas não da forma que foi feita. “O meu calendário ficou prejudicado. Acho que o seu direito termina quando o do outro começa”, afirma.
Os portões foram abertos pontualmente às 12h. O estudante de medicina Eliabe Abreu, de 18 anos, recebe os candidatos com um sorriso no rosto e um cartaz com abraços grátis. “O Enem é uma prova muito tensa. Estou aqui para passar tranquilidade”, afirma. Ele faz parte da Aliança Bíblica Universitária.
Com o calor intenso, a água é um item importante para encarar a maratona. As três amigas Carolina Costa, de 25 anos, Camila Santarelli, de 25, e Ariadna Oliveira, de 19, encontraram uma sombra na grama para se refrescar antes do exame. “Nós não estávamos esperando esse calor todo. A semana foi fresca. Acho que já pode cair uma chuva”, afirma Camila.
Ana Cláudia Vilar, de 22 anos, vai fazer a prova acompanhada de Sophia. Grávida de 9 meses, Ana está ansiosa para o exame e trouxe um lanche reforçado. “Duas empadas, duas barrinhas de cereal e dois refrigerantes”, conta a jovem. Ela tenta uma vaga para o curso de medicina.
