PSDB quer Anastasia como relator do processo no Senado

Brasília. A bancada tucana do Senado já deu por “consumada” a autorização do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a ser votada no próximo domingo, na Câmara. Calculando que caberá ao PSDB a relatoria ou a presidência da comissão que analisará o processo no Senado, a bancada já se reuniu e escolheu Antonio Anastasia (MG) para assumir um dos cargos.

“A escolha foi feita com base em seu conhecimento jurídico, serenidade e aclamação ética. Foi consensual na bancada”, afirmou o líder do partido, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Nos bastidores, entretanto, o argumento é que Anastasia possui boas relações com os diversos setores do Senado e uma posição menos combativa. O PSDB quer passar a impressão de isenção durante a condução do processo.

A sigla também já definiu os nomes que irão compor a comissão. Com três vagas no colegiado, além de Anastasia, também participarão o líder Cunha Lima e o senador Aloysio Nunes (SP). A ideia é balancear o equilíbrio do senador mineiro com a fala mais radical e combativa dos demais.

Candidato derrotado nas eleições de 2014, Aécio Neves (MG) não deve fazer parte da comissão. A ideia é poupar sua imagem, que se desgastou com a opinião pública por causa de denúncias de envolvimento em esquemas de propina.

Regras. Algumas dúvidas, porém, cercam a formatação da comissão que analisará o processo no Senado. Além de eleição, presidente e relator poderiam ser eleitos ou escolhidos com base nas maiores bancadas da Casa.

Neste caso, PMDB deveria assumir ou a presidência ou a relatoria. Nesta quinta, foi cogitado o nome de Eunício Oliveira (PMDB-CE), que afirmou que nada está definido.

Em seguida, as bancadas do PT e PSDB empatam em número de membros, podendo assumir a outra vaga.

A divergência maior é se o PT poderia assumir a relatoria ou a presidência da comissão por ser considerado parte interessada no processo. Apesar de a assessoria técnica do Senado não prever essa limitação, o argumento será usado pelos senadores de oposição.

Também poderá ser argumentado que o PMDB, como partido do vice-presidente Michel Temer, seria parte interessada no processo e, portanto, incapaz de assumir cargos de direção na comissão. Tucanos já avisaram que não vão questionar a isenção do PMDB, mas dizem que já sabem que o PT o fará.

Previsões

Cálculos. Cunha Lima diz que são 386 os votos a favor do impeachment na Câmara. No Senado, tucanos acreditam ter mais do que os 41 votos necessários para afastar Dilma temporariamente.

Alckmin exonera 4 secretários, que vão votar contra Dilma

São Paulo. O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), exonerou quatro secretários estaduais para que eles possam votar no processo de impeachment de Dilma, no próximo domingo.

Todos anunciaram que vão votar a favor do impedimento da presidente da República. São eles Samuel Moreira (PSDB), da Casa Civil; Floriano Pesaro (PSDB), do Desenvolvimento Social; Arnaldo Jardim (PPS), da Agricultura e Abastecimento; e Rodrigo Garcia (DEM), da Habitação.

Além deles, o secretário de Transportes e Logística do Estado, Antônio Duarte Nogueira (PSDB), deixou o cargo para votar na Câmara. Ele foi citado em delações da primeira fase da operação Alba Branca, que investiga a máfia da merenda em São Paulo.

Para Aécio, Temer tem de estar ‘à altura’

Brasília. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse esperar que o vice Michel Temer esteja “à altura” de assumir o comando do país, caso Dilma seja afastada. O tucano disse nesta quinta que, se Temer assumir a Presidência, discutirá com ele o programa defendido pelo PSDB.

As afirmações foram feitas depois que Aécio saiu do encontro de parlamentares da oposição com juristas favoráveis ao impeachment. Ao dizer ter “esperança” de que Temer esteja apto a assumir o governo, o mineiro disse que discutirá o programa que apresentou nas eleições de 2014.

“Temos um programa que foi amplamente discutido na sociedade, que passa por reformas profundas, pela profissionalização do Estado, por uma política externa pragmática e altiva em favor dos interesses do Brasil, passa pelo enxugamento da máquina pública, por reformas estruturantes que não foram feitas ate aqui”, afirmou o presidente nacional do PSDB.

Fonte: O Tempo

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias