Um partido forte, de militância, onde impera a lealdade entre seus maiores expoentes. Hoje, essa descrição do PSDB de Lavras não passa de retrato velho num álbum empoeirado. O partido está mofando e pode sofrer um duro golpe envolvendo os Cherem, grupo rival que sempre se prezou por atacar ferozmente os dirigentes tucanos.
Por muitos anos, a ex-prefeita Jussara Menicucci soube trabalhar com maestria o comando da sigla. Uma habilidade política que vem do berço e deve ser eternamente respeitada por todos na cidade. Mas infelizmente, bastou que ela deixasse o estrelato para que uma nova faceta dentro do PSDB se revelasse traiçoeira.
O grupo ligado a Jussara há dois anos vem cometendo injustiças contra o próprio PSDB. Foram capazes de boicotar a administração de Silas Pereira, filiado há 20 anos ao partido. Na surdina, trabalharam para desestabilizar o até então companheiro, ao ponto de um integrante da Juventude usar de forma imoral as redes sociais do partido para atacar a administração tucana de Silas (pasmem!).
Traído, o prefeito deixou o PSDB e ao contrário do que seus conspiradores imaginavam, fez do limão uma limonada: filiou-se ao PMDB; saiu fortalecido e ganhou a retaguarda da Assembleia Legislativa de Minas, do Governo do Estado e até do governo federal, via o vice-presidente da República, Michel Temer.
E o que o PSDB de Lavras ganhou com isso? Nada.
E os erros não param por aí. O pior pode estar por vir. A chegada do deputado Domingos Sávio ao comando estadual do PSDB é péssima para o grupo da ex-prefeita. Historicamente, Jussara sempre apoiou Marcus Pestana em Lavras, fechando as portas para Sávio.
Sem espaço no PSDB local e não podendo apoiar Silas, como queria e chegou a dizer nos bastidores, Domingos Sávio desfilou em carro aberto e sob estampidos de foguetes ao lado de Marcos Cherem para inaugurar o túnel da zona norte. Só não sabia que estava sendo fantoche de uma obra irregular e cheia de tramoias da administração Cherem, que está sob investigação do Ministério Público.
Se o grupo de Jussara acreditou que teria o caminho livre ao minar de forma estranha o prefeito Silas Pereira, na verdade, mostrou amadorismo político. Enquanto Silas ganhou um caminho muito mais forte em nível estadual e nacional, o PSDB pode estar perto de ser entregue de bandeja à família Cherem.
Ainda há tempo do PSDB fazer um mea culpa e se livrar da pecha de traidor, pois se continuar nessa toada, logo os “jussaristas” terão de beijar os pés dos novos donos do partido: os Cherem.
Sergio Alvarenga
