Professores da rede estadual farão paralisação no primeiro dia letivo

De acordo com o jornal “O Tempo”,  os professores da rede estadual de educação decidiram fazer uma paralisação logo no primeiro dia de aulas, que será nesta segunda-feira (19), quando haverá um ato na praça Sete, em Belo Horizonte  às 16h. A afirmação foi feita neste sábado (17) pela coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação em Minas (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, em entrevista à Rádio Super Notícia FM.

Com isso, o primeiro dia de aulas nas escolas estaduais serão na terça-feira (20). “Este será o dia nacional de luta contra a reforma da Previdência, que ataca a aposentadoria dos professores. É uma situação muito grave, pois se ela passar, vamos concordar com o fato de um professor ficar 49 anos em sala de aula, o que é impossível para uma profissão tão desgastante. Além disso, será uma paralisação de alerta ao governo do Estado por vários motivos: como o parcelamento de salário e do 13º;o  adiamento do ano letivo; não cumprimento do piso e dos reajustes e a não negociação com a categoria”, completa a sindicalista.

Além da paralisação, uma assembleia estadual está marcada para o próximo dia 28 de fevereiro, quando a categoria decidirá os rumos do movimento neste ano. “Será uma assembleia com indicativo de greve, que é um instrumento pedagógico de alerta para que o governo se movimente e impeça que uma greve seja deflagrada”, explica Beatriz.

A coordenadora do Sind-UTE explicou ainda na entrevista que a motivação do governo de Minas em atrasar o início do ano letivo foi financeira, uma vez que haveria uma economia de cerca de R$ 200 milhões por conta dos salários dos professores contratados. “Minas hoje tem mais de 100 mil contratos temporários, que são professores contratados no início do ano letivo. Além dessa economia com os salário, também houve uma redução nos gastos com alimentação e transporte escolar”, completa.

Entretanto, a medida causou impacto na vida dos professores, uma vez que a medida acarretará em um aumento dos sábados letivos e na diminuição dos recessos ao longo do ano, fazendo com que o profissional trabalhe mais e sem receber por isso. A medida teria sido adotada sem debate com os trabalhadores e nem com a comunidade escolar, que envolve 3 mil escolas e 2,5 milhões de alunos.

“Essa questão do calendário é muito cruel. Imagine você ficar sabendo no meio das férias que você vai ficar sem a maior parte do seu salário? Estamos falando de 100 mil pessoas que são as mais mal remuneradas do Estado, já que, se pegarmos a média do estado, a educação tem a pior remuneração média. Isso fora o parcelamento e o 13º, que em fevereiro é pago a segunda parcela do que deveria ter saído em dezembro”, aponta Beatriz.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou, em nota, que o governo nomeou 50,4 mil servidores desde 2015, concedeu reajustes de 46,75% na remuneração, está pagando adicional de 5% no vencimento básico do servidor (a cada 5 anos de serviço), e vem cumprindo com demais regras do acordo firmado com a categoria há três anos.

Estado quebrado

Durante a entrevista, Beatriz Cerqueira reconheceu que Minas Gerais é o segundo estado mais endividado do país, apontando ainda que o governo anterior, do PSDB, teria aumentado a dívida pública com a “balela” do choque de gestão. Entretanto, não deixou de apontar as faltas do governador Fernando Pimentel (PT) com a categoria.

“No total, 25% dos recursos são vinculados à educação, que só podem ser gastos nessa área, mas que não estão sendo devidamente usados em Minas. No ano passado, o governo recebeu recurso que totalizou mais de R$ 1 bilhão e nem um único centavo foi investigado na educação. Para se ter ideia, em 2017 chegamos ao fim do ano com o Estado investindo somente 22% dos 25% que deveriam ser investidos na educação”, concluiu a coordenadora do Sind-UTE.

 

 

*O Tempo

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