Prof. José Luís de Mesquita, preto e pobre,mas, genial…

Para falar do Professor José Luís de Mesquita é preciso levantar o véu que cobre duas das maiores ignomínias praticadas pelo homem: a escravidão e o preconceito de cor.

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, como sociólogo afirmou: ” À medida que você  a educação, universaliza mesmo, a probabilidade  de ascensão dos negros vai ser maior”.

Mas, quem foi o Prof. José Luís de Mesquita?

Conhece-se melhor nos homens , pelos seus pensamentos, suas idéias.

Vejamos o que o Prof. José Luís de Mesquita nos ensina numa crônica intitulada “Bons Livros”: “O melhor amigo de um homem é um bom livro. O livro é um amigo que nos consola nas horas de tristeza, nos anima nos momentos de desânimo e nos repreende em silêncio, sem nos ofender…”

Nascido em 20 de junho de 1887, se notabilizou por 44 anos de trabalho ininterrupto, seja como professor, como diretor da Noturna Estadual, conferencista e descortinador do futuro, alfabetizando 5250 alunos, sendo 1260 diplomados em sua Escola.

José Luís de Mesquita fundou diversas entidades, diversos jornais e colaborou em muitos jornais.

Foi destacado membro e dos mais conceituados líderes do Movimento Negro, mão só em Lavras, como em toda a região.

Fundou, em 1909, a Sociedade Beneficente dos Operários Lavrenses, sendo seu diretor por 15 anos  e a Euterpe Operária, em 1910.

Trabalhou como tipógrafo em Lavras e região.

Participou do Congresso dos Operários, em 1908, na cidade de Juiz de Fora.

Em 1920, fundou e foi primeiro presidente do Moreno Esporte Clube.

Em Paraguaçu, foi criador da Sociedade Operária.

Se notabilizou como conferencista sobre o operariado e a raça negra.

Foi fundador da Sociedade São Vicente de Paula, da União dos Moços Católicos e do Crisântemo Clube

Bi Moreira afirma que a liderança de José Luís de Mesquita foi marcante para a Comunidade Negra de Lavras.

Como precursor defendia a Educação Brasileira através da sua socialização, proporcionando oportunidades iguais à todos, sem distinção de cor, credo, religião, classe social ou distância dos centros urbanos.

Correspondeu com vários intelectuais brasileiros e políticos brasileiros, como Rui Barbosa. Alfonso Guimarães, D. João Néri, Belmiro Braga e outros.

Remexendo velhos papéis, descobri que aquele tipógrafo que compunha os textos  do jornal “A Abelha”, de propriedade do meu bisavô materno, o boticário João Barbosa era José Luís de Mesquita.

Morreu aos  85 anos.  em 1967.

O Prof. José Luís de Mesquita foi homenageado pelos lavrenses com a Escola Municipal José Luís de Mesquita e o seu busto, numa herma localizada na Praça Barão de Lavras, ao lado da Igreja do Rosário.

]

 

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias