Ponte Nova: Mulher fingiu gravidez para não perder marido e precisava de um bebê

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A morte da grávida Patrícia Xavier da Silva, de 21 anos, desaparecida na última sexta-feira (26) e encontrada apenas nessa terça-feira (30), sem o bebê, foi esclarecida pela Polícia Civil nesta quarta-feira (1°).

Em uma reconstituição do crime, Gilmária Silva Patrocínio contou como assassinou a vítima para roubar a criança. Segundo o delegado de homicídios Silvério Rocha Aguiar, a versão apresentada por Gilmária, que é cuidadora de idosos, é a que mais se aproxima da verdade.

Ela conta que já tinha quatro filhos com outra pessoa, mas com medo de perder o atual marido, fingiu que estava grávida, apesar de já ter ligado as trompas. Ela passou nove meses simulando a gestação, até a última sexta-feira, quando abordou a vítima na saída do hospital.

Patrícia e Gilmária já se conheciam, de uma ocasião em que Gilmária colocou um piercing em Patrícia a pedido dela.

Na saída do hospital, Gilmária contou que tinha um berço e roupas de bebês para doar á vítima e, assim, a atraiu para a Fazenda Estivas, local próximo a onde aconteceu o crime.

Ao chegar no imóvel abandonado, onde funcionava um hospital, Gilmária pegou um pedaço de pau e atingiu Patrícia na cabeça. A suspeita usou a bolsa da vítima para amarrar as mãos dela para trás. Depois ela deu um golpe com o pedaço de madeira no pescoço da grávida, que ficou desacordada.

Com um gilete, Gilmária fez duas incisões na barriga da mulher, retirou o bebê do útero e o enrolou na placenta. Depois ela colocou a criança em um pano, pegou um táxi e foi para a casa.

Gilmária conta que fez tudo sozinha, mas a polícia ainda investiga a participação de outras pessoas no crime. O outro suspeito que foi detido, de 39 anos, disse que não tem nada a ver com o crime, que é um morador de rua, mas conta que passava perto do local na ocasião e viu um homem e uma mulher carregando um corpo. Em outra versão, no entanto, ele conta que foram dois homens e uma mulher carregando um corpo.

O falso parto

Na sexta-feira, ao chegar em casa com o bebê, Gilmária ligou para o marido, que estava no trabalho, e disse que estava tendo contrações. O homem disse que não tinha como sair do trabalho e falou para a mulher ligar para os bombeiros.

Quando os bombeiros chegaram, ela estava com criança no colo. O bebê recebeu os primeiros socorros e ele e a mulher foram levados do hospital. Um médico da unidade que consultou a mulher concluiu que seria impossível que ela tivesse acabado de ter um filho.

Juntando o fato de que a mulher era uma falsa grávida e que uma verdadeira grávida havia desaparecido no mesmo dia na cidade, a polícia concluiu que se tratava da principal suspeita do crime.

Duas testemunhas também viram uma mulher com as características de Gilmária junto com Patrícia nas proximidades da Fazenda Estiva, no dia do crime.

O delegado esclarece que depois de a suspeita apresentar várias versões do crime, essa última é que a mais se aproxima da verdade.

O marido de Gilmária foi ouvido e liberado. Ele conta que a mulher não apresentava todos os sintomas de gravidez, mas que ele nunca desacreditou que ela pudesse não estar grávida.

Exame de DNA

O delegado pediu urgência no resultado do exame de DNA da criança encontrada com a cuidadora de idosos. Familiares de Patrícia e seu companheiro já disponibilizaram material genético para a realização do exame.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (26), Patrícia, aos 9 meses de gestação, saiu de sua casa por volta de 7h30 no bairro Cidade Nova para ir ao hospital Nossa Senhora das Dores, no centro de Ponte Nova. Ela foi vista entrando e saindo sozinha do local, mas depois disso, não havia sido mais localizada. A família então registrou queixa sobre o seu desaparecimento. Aquela seria a última consulta de pré-natal antes de Patrícia ter o bebê, um menino.

Nessa terça-feira (30), o corpo de Patrícia foi encontrado perto de uma caixa d´água, no bairro Vale Verde, um bairro de ligação à zona rural da cidade, afastado do centro. Perto do local, havia uma lavanderia abandonada onde foram encontrados restos de comida, cobertor, um papelão, e outros indícios de que a vítima havia sido mantida em cativeiro antes de ser assassinada.

O corpo estava com a boca amordaçada com uma fita adesiva, mãos e pés amarrados, um corte no pescoço e outro grande corte na barriga, semelhante a uma cesária. O bebê havia sido retirado do ventre da mãe.

Já na manhã desta quarta-feira, a polícia prendeu três suspeitos do crime, inclusive Gilmária, que confessou por volta de 15h a autoria do crime e o motivo: queria ficar com o bebê. A criança que estava com ela está em um local seguro, segundo a Polícia Civil.

Fonte: O Tempo

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