As teorias de um dos mais famosos e polêmicos pensadores do século XX, Teilhard de Chardin (1882-1955), virou tema de um livro da pesquisadora lavrense Grazielle Priscilla Pereira, 27 anos. Ela é aluna do curso de Veterinária da Universidade Federal de Lavras (Ufla).
Com Mestrado em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e graduação em Filosofia pela Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), a pesquisadora também dá aulas de Filosofia e Sociologia na rede privada de ensino de Lavras.
O livro A Mundividência crítica de Teilhard de Chardin – A relação entre Natureza e Graça foi lançado de forma artesanal. A pesquisadora disse que o trabalho basicamente expõe a visão de mundo do jesuíta que buscava mostrar como Deus se encontrava no coração da matéria, a chamada diafania. Para o autor, o ser humano está inserido no meio Divino.
Grazielle Priscilla Pereira contextualiza tal pensamento ao falar de São Francisco de Assis, santo italiano do século XII que, descalço e vestido como um mendigo, encontrou na dureza da pedra ou no canto dos pássaros a voz do Criador.
“Teilhard de Chardin foi mal interpretado pela Santa Sé, que viu no seu pensamento uma espécie de panteísmo – crença de que Deus é tudo e que todo mundo é Deus. Essa visão é equivocada, pois ele era um cientista. Seu pensamento é atual por ajudar a pensar a relação entre o natural e o sobrenatural”, avaliou a pesquisadora.
Teólogo, filósofo e paleontólogo, Teilhard de Chardin tentou construir uma visão integradora entre ciência e teologia. No entanto, foi rejeitado por muitos cientistas e teólogos. Foi também um homem marcado pelos acontecimentos da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918), conflito que devastou o mundo ocidental. Ele carregou corpos durante a batalha.
