Paulo Curió fala sobre o relacionamento pai e filho na crônica de hoje

QUE PAPAI MAIS LINDO!

Há algumas semanas o meu filho caçula está morando comigo, obviamente minha rotina foi totalmente alterada. Já não era nada fácil quando as tarefas eram divididas com a mãe, agora está ainda pior. Impossível? Não, claro que não.

A frase que mais tem ouvido/lido nos últimos tempos, é – Que linda a dedicação que você tem com seus filhos! – como se fosse algo de outro mundo. Acho ainda mais estranho quando dizem – Você sabe cozinhar? – ou – Como você tá dando conta de tudo? – simples, como as zilhares de mães que fazem isso desde que o mundo é mundo, e ninguém valoriza.

Algumas vezes penso – Será que transpareço ser tão incapaz cuidar de uma criança? – Existe uma super valorização dos pais que simplesmente cumprem suas obrigações. Meu filho nem está morando comigo em definitivo, sua mãe mudou-se emergencialmente pra trabalhar, estamos definindo qual a melhor escolha para ele, mesmo assim sou visto como “um pai modelo”. Sempre que converso com uma mãe que cria seu(s) filho(s) sozinha, dou os parabéns. É preciso muito respeito, é digno de imensa admiração.

Tenho muitos amigos que levam seus filhos pra passear aos finais de semana, estão frequentemente nas festinhas da escola, mas não sabem nada sobre a rotina deles, mesmo morando sob o mesmo teto. Nosso país é extremamente tolerante com o abandono afetivo paterno. Acreditamos que pagar pensão já é o suficiente. A maior dificuldade que tenho enfrentado não é suprir as necessidades básicas do meu filho, mas sim as emocionais, afinal, ele é apaixonado por sua mãe, está sentindo muito sua falta, tentar amenizar isso é o principal objetivo no momento.

Não sou herói, sou exceção, infelizmente!

Paulo Curio

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