Parque Científico e Tecnológico da Ufla se consolida como projeto de ponta

Desde que começou a ser construído em 2014, o Parque Científico e Tecnológico da Universidade Federal de Lavras (Ufla) virou um dos principais projetos conduzidos pela instituição. O espaço (foto) que promete colocá-la na rota dos investimentos em tecnologias inovadoras começou a ganhar forma de maneira tímida, mas se encontra hoje em avançado estágio de construção.

A reportagem do Lavras 24 Horas visitou as futuras instalações do centro na quinta-feira, dia 17, devidamente acompanha pelo reitor da Ufla, professor José Roberto Soares Scolforo, e o Pró-Reitor de Extensão e Cultura (Proec), João José Granate de Sá e Melo Marques.

Em uma área construída de 15 mil metros quadrados, a obra tem investimento total de R$ 40 milhões destinados através de recursos de Emenda da Bancada Federal de Minas Gerais e do Ministério da Educação (MEC). O campo de obras chegou a abrigar mais de 200 funcionários da construção civil, hoje mantém 65 deles para atender a essa nova fase de implantação do projeto.

São dois gigantescos prédios, sendo um voltado para a parte administrativa (72 salas) e outro para as empresas de base tecnológica e científica (45 salas), que abrigará uma área de convivência, praça de alimentação com restaurantes e refeitórios, comércio (lojas, Correios), um anfiteatro com capacidade para 240 lugares e oito elevadores. Em seu entorno, uma série de terrenos poderão ser utilizados para a instalação de empresas no futuro.

As instalações ficam localizadas a poucos metros do Aeroporto Padre Israel e faz ligação direta com o bairro da Baunilha, que terá uma passagem de acesso ao centro e outra pelo próprio campus. Duas guaritas de segurança serão instaladas para o monitoramento do espaço.

O empreendimento também permitiu uma parceria entre a Ufla e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig): a construção de uma central de energia. Dessa forma toda a energia elétrica do campus da instituição será recebida diretamente da subestação da Cemig localizada no bairro Samauma. Antes toda a transmissão dela era ligada por uma fiação que passava pela cidade até chegar ao campus, mas agora ela se dará de forma independente.

Orçada em R$ 2 milhões, a obra possibilitará maior segurança e garantia de funcionamento dos equipamentos eletrônicos utilizados em pesquisas cientificas e todo trabalho desempenhado dentro da universidade, a fim de que os mesmos não sejam comprometidos por cortes inesperados de energia devido a problemas técnicos. Em caso da necessidade de eventuais reparos na rede elétrica, eles passam a ser efetuados dentro do próprio campus.

Finalidade

O Parque Científico e Tecnológico da Ufla terá por objetivo concentrar empresas, incubadoras de negócios e centros de pesquisa que sejam favoráveis à inovação tecnológica e científica. À medida que passam a compartilhar do mesmo ambiente, a universidade, as empresas, os centros de pesquisa e os investidores geram benefícios econômicos em comum, o que proporciona ganhos para toda a comunidade, além de oferecer a criação de polos de desenvolvimento social, econômico e geração de emprego qualificado.

Na prática, a Ufla permitirá que empresas possam se estabelecer no centro para transformar ideias em negócios, como criação de produtos em diversas áreas do conhecimento, tais como: tecnologia da inovação, biotecnologia, biovegetal, agronegócio, gestão e qualidade ambiental, nanotecnologia e engenharias (Civil, de Materiais, Mecânica e Química). A proximidade com o Aeroporto da Baunilha foi uma questão estratégica pensada pela universidade para facilitar o acesso de empresas e pesquisadores vindos de outras partes do país.

A previsão é que passem diariamente pelo Parque Científico e Tecnológico de três a oito mil pessoas, entre pesquisadores, docentes, discentes e funcionários. Os laboratórios dentro da Ufla serão usados por profissionais capacitados para desenvolver pesquisas que poderão contribuir para o desenvolvimento de produtos e tecnologias que impactam diretamente na vida dos cidadãos. A taxa de manutenção do centro será feita pela universidade, o que significa baixo custo de investimento para as empresas interessadas em ocupar o espaço.

Encerradas as obras de construção do centro, o próximo passo será atrair empresas de base tecnológica. Scolforo afirmou que há interesse de diversas marcas em avançado estágio de negociação para virem a se instalar no local. Essas empresas ocupam pequenos espaços, por isso as salas de todo o complexo foram projetadas a propiciar todo o conforto para seus usuários. Levadas em conta as condições em que esses profissionais especializados em tecnologia trabalham, a proposta é que o centro funcione 24h por dia. Para tanto, até mesmo vestiários e áreas de recreação e alimentação serão instalados no local.

Referência

De acordo com o professor João José Granate de Sá e Melo Marques, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) terá por função atrair empresas e gerenciar o Parque Tecnológico e Científico.

“A finalidade é propiciar que o conhecimento gerado pela universidade seja traduzido em bens, produtos e serviços de alta tecnologia disponíveis para a sociedade. Queremos que as empresas aqui instaladas estabeleçam relações frutuosas com a Ufla. Isso gerará empregos e consequentemente impostos cujo efeito se propagará por toda a região”, afirmou.

Scolforo falou à reportagem da TL sobre o papel estratégico da implantação dos cursos de engenharia da universidade, bem como a gestação de um interesse comum, que passa pelo discente ao docente da universidade, em tornar o projeto uma realidade concreta. Ele falou também das dificuldades de execução da obra que espera ver concretizada até o final deste ano.

“A gente investiu toda a nossa energia nesse projeto. Eu tenho a firme convicção que esse centro vai ser um dos motores mais importantes para promover o desenvolvimento na nossa cidade e tornar Lavras uma referência não só para o Brasil, mas para o mundo”, finalizou o reitor.

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