Página do Boa Esporte é hackeada e patrocinadores sofrem pressão

 

 

Após a saída do patrocinador Nutrends Nutrition, no sábado (11), gerada pela contratação do goleiro Bruno pelo Boa Esporte poucos dias depois de a Justiça determinar a sua liberdade provisória, o time de Varginha e outros patrocinadores estão sofrendo fortes críticas em suas redes sociais, com vários seguidores ameaçando não comprar os produtos das marcas caso não desistam de apoiar o clube.

Menos de uma hora após publicar um post, em sua página oficial no Facebook, o Boa já tinha recebido mais de 160 comentários, em sua grande maioria críticas sobre a contratação do goleiro, acusado de assassinato de Eliza Samudio. No post, com vários erros de português, o presidente Rone Moraes da Costa explica, entre outras coisas, que “faz parte da obrigação social da empresa, da sociedade em cooperar com a recuperação de um ser humano”.

Entre as críticas, estão frases como “Balela! Arruma outra desculpa. Ele ainda é bandido e não cumpriu a pena dele”; “Mandem esse assassino embora. Vão acabar com a imagem do Boa!”; “Time que contrata bandido deveria ser banido do futebol!!! Éser conivente com o crime!!!”; “Como vocês vão explicar para as mulheres que torcem para o time que contrataram um psicopata que sequestrou, torturou, matou e depois picou o cadáver de uma jovem só para não pagar pensão?”.

Por volta das 14 horas deste domingo (12), a página do time também foi hackeada, substituindo a explicação do presidente por várias fotos de Bruno com a cabeça de um cão e uma pergunta: “E aí, Bruno já disse onde está o corpo de Eliza?”. Abaixo, a mesma foto é repetida quatro vezes, ao lado dos patrocinadores do time. Minutos depois, o link da página direcionou para um texto em que se dizia “que este ato é uma demonstração de repúdio ao Boa Esporte Clube e a todos os seus patrocinadores por apoiarem diretamente o feminicídio!!!”.

O texto ainda ameaça: “Se continuarem apoiando este MONSTRO voces serao as proximas vitimas!!! MACHISTAS NAO PASSARAO!!”. Ele também observa que “no Brasil, a taxa de feminicidios é de 4,8 para 100 mil mulheres. A quinta maior no mundo, segundo dados da Organizacao Mundial da Saude (OMS)”, além de afirmar que “do total de feminicidios registrados em 2013, 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vitimas”.

A pressão também é notada na página da Kanxa, fornecedor de material esportivo, chamada de “empresa patrocinadora de asssassinos”. Um seguidor escreveu: “Mostre a Kanxa o que achamos de empresas que batem palmas para a impunidade! Parem de comprar mercadorias com esta marca. O Brasil está mudando Kanxa, aproveite e mude também ou vá pro brejo junto com eles…”, Muitos lamentaram o fato de a página da Kanxa tirar a opção de enviar mensagens “in box”.

Na página da Gois e Silva, principal patrocinador do Boa Esporte, não é diferente. “Só posso lamentar que vocês patrocinem um assassino. Todo ex-presidiário merece ser reinserido na sociedade, mas não dessa forma”, escreveu um internauta, antecedida por outra que dizia: “Que vergonha!!!! Vamos boicotas os produtos e serviços dessa empresa”.

Um porta-voz do grupo observou ao jornal “Diário do Nordeste” que “nós como empresa não temos autonomia para interferir no processo de contratação do time”. Segundo ele, “para nós também foi uma surpresa e já estamos vendos quais medidas poderão ser tomadas”. O grupo tem uma rede de consultórios odontológicos, corretora financeira, empreendimentos imobiliários e uma indústria de tabaco.

O jogador será apresentado oficialmente na terça-feira, devendo já iniciar os treinos ao lados dos colegas de equipe. Amanhã, ele fará exames cardiológicos numa clinica de Varginha, seguindo para Muzambinho, onde realizará testes físcios no IF Sul de Minas. O prazo para entrar em campo é entre 45 e 60 dias. Atualmente, o Boa disputa o Módulo II do Campeonato Mineiro.

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias