O sentido da vida e suas várias fases estão na reflexão de Paulo Curió dessa semana

REENCARNO ENCARNADO

O que seria a morte, se não o término de um ciclo. A morte não é o fim da vida. A vida é infinda.

Sempre que olho para trás, percebo as incontáveis reencarnações que tive dentro desta encarnação. Minhas encarnações são frágeis, desfalecem a todo instante. Desencarno ao assistir um filme. Ao conhecer alguém interessante. Ao ver um pôr do sol. Após um mergulho no mar. Durante um abraço demorado de um filho. Ao surgimento da nova mulher amada.

Se você já amou de verdade, certamente se perguntou como era sua vida antes da aparição dessa pessoa. Quando meus filhos nasceram, sentia-me renascido. Como se nada vivido até ali tivesse sentido. Essa impressão fazia-se tão forte, que comentava com suas respectivas mães: “Lembra-se qual era o sentido da sua existência”?

Toda vez que algo se transforma dentro de mim, reencarno. Não são as mudanças, são as transformações. Existem mudanças vãs. As pessoas insistem em dizer que é preciso mudar sempre, desconfio. Toda mudança requer planejamento, objetivo, mudar por si só, tentando convencer a si mesmo que está melhorando, em nada agrega. Transformar é quebrar paradigmas.

As transformações nem sempre ocorrem de maneira leve e amorosa, como dizem – “Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor” – e é nesse ponto que me torno sádico. A dor sempre foi uma grande professora.

Às vezes desencarno de “morte morrida”, outras de “morte matada”, amiúde suicido.

 Paulo Curió

 Sobre o Autor

Nascido em Porto Alegre, Paulo Curió, mudou-se para Lavras no início de sua adolescência, em 96. Amante da cultura popular, capoeirista desde os 5 anos de idade, desenvolveu projetos de capoeira por mais de uma década. Foi em Lavras, ainda nos anos 90, que seu trabalho como professor de dança ganhou notoriedade, sendo convidado a ministrar aulas em diversos locais. No início dos anos 2000, resolveu estudar as artes cênicas, indo para as cidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Desenvolveu projetos de destaque no âmbito cultural na cidade como Coordenador do Núcleo Cultural Unilavras. Metalúrgico desde 2005, graduou-se como engenheiro mecânico, tornando-se professor dos cursos de engenharia civil e produção. Atualmente, leciona em cursos de pós-graduação pelo Grupo UNIS, sendo engenheiro e responsável técnico da Mercomolas Indùstria de Molas,  consultor na Onixx Consultoria Organizacional. Curió, também, é músico na banda Circo da Lua e professor de forró. Como escritor, lançou em 2017 sua primeira obra, intitulada “Hemisférios – dos amores racionais às razões do amor”, um livro de contos, crônicas e poesias.

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