Movimento intenso e previsão de chuva exigirão mais cuidado nas estradas de Minas

 

Últimos retoques em fantasias, adereços e instrumentos, mas também em planos de trânsito, desvios, esquemas de segurança e vigilâncias nas estradas – tanto para quem chega a Belo Horizonte como para quem parte da cidade para o carnaval. Na véspera da festa que promete público recorde na capital, porém, o samba atravessa para pelo menos seis blocos, cujos trajetos ou áreas de concentração ainda representam impasse com prefeitura e Corpo de Bombeiros. Dois deles já anunciaram o cancelamento dos eventos que preparavam. Mas, diante das centenas de outros grupos que estão em ritmo de aquecimento dos tamborins, a BHTrans elaborou um esquema de tráfego e rotas de fuga, na tentativa de minimizar os transtornos para quem quer se deslocar pela cidade nos quatro dias de folia. Nas estradas, as polícias rodoviárias Federal e Estadual distribuem equipes para monitorar o movimento de chegada e partida de motoristas, com preocupação extra diante da possibilidade de chuva e de números que indicam tendência de aumento nas mortes em BRs que cortam Minas Gerais.

As características do feriado do carnaval nas estradas que cortam Minas Gerais já são suficientes para ligar o alerta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas BRs mineiras, que terá 900 policiais, 22 radares móveis, 150 bafômetros e apoio de um helicóptero durante o recesso. Porém, em 2018, além do risco de chuva durante o feriadão, da mistura de álcool e direção e do cansaço causador do sono, há um fator extra de preocupação, já que balanço fechado de 2017 indica mais mortes nas rodovias. Se por um lado o número de acidentes diminuiu, passando de 14.340 em 2016 para 12.709 no ano passado (redução de 12%), as mortes subiram, saltando de 823 para 869 (aumento de 5,5%), o que indica maior letalidade nos desastres. Esse resultado quebra uma sequência de dois anos seguidos de redução geral de acidentes, mortos e feridos.

Para a PRF, essa situação cria um cenário preocupante, e por isso a corporação espera que os motoristas se programem para viajar descansados e em hipótese alguma dirijam depois de beber. A atenção ainda deve ser redobrada em caso de chuva e também diante das condições das rodovias. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de pancadas de chuva entre hoje e amanhã, o que pode dificultar a saída dos foliões que deixarem a capital mineira ou a chegada dos turistas a BH.

Os dados do balanço de 2017 ainda apontam, nas mais de 12 mil batidas com 869 mortos, 13.143 pessoas que ficaram feridas. O inspetor Aristides Júnior, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em Minas, diz que a maior letalidade das batidas expõe o comportamento inadequado dos condutores, pois normalmente desastres mais graves estão associados a altas velocidades. “Quanto maior a velocidade dos carros, maior é o impacto. Infelizmente, nesse ponto, a melhoria das condições de muitas rodovias, que deveria ser um benefício, acaba sendo usada de forma imprudente pelos condutores”, afirma o inspetor. “O aumento no número de mortos (em 2017) gerou essa preocupação. Como o carnaval é nosso primeiro feriado, e o mais importante do ano, um bom resultado traz impacto positivo para o restante do período”, acrescenta Júnior.

A PRF acredita que a mistura de bebida e direção e o sono causado pelo cansaço são as características próprias do feriado de carnaval, que preocupam bastante e por isso podem intensificar comportamentos ligados a acidentes mais graves: excesso de velocidade, ultrapassagem proibida, não manutenção de distância adequada de segurança e tráfego pelo acostamento. A PRF recomenda que as pessoas se planejem para aproveitar a folia e não peguem a estrada sem um período de descanso entre a festa e o retorno para casa.

No carnaval de 2017, 22 pessoas morreram em 334 acidentes nas rodovias federais que cortam o estado. O número de óbitos foi 69% superior aos 13 mortos no mesmo recesso de 2016. Já os acidentes da folia de 2017 cresceram 65% em relação às 202 batidas de 2016. No ano passado foram registradas ainda 1,3 mil multas por ultrapassagens proibidas e 9,6 mil infrações por excesso de velocidade.

ATENÇÃO NAS RODOVIAS Dois trechos em rodovias federais mineiras demandam maior atenção dos condutores por problemas estruturais. A BR-116, em Muriaé, na Zona da Mata, está parcialmente interditada devido A obras para corrigir problemas causados por um deslizamento de terra no Km 714. Já a BR-464, entre Delfinópolis e São João Batista do Glória, no Sul de Minas, está completamente fechada devido a uma ponte que desabou durante os trabalhos de reconstrução da estrutura sobre o Ribeirão Capetinga.

Nas MGs, segundo o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem, há 26 trechos com interdição total ou parcial.

 

Fonte: Guilherme Paranaíba e Gustavo Werneck/portal Uai

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