Justiça julgará caso de ciclista lavrense morto em acidente na MG 354

O Tribunal de Justiça do Fórum Pimenta julgará no próximo dia 17 deste mês o caso do ciclista lavrense Hernani Costa Neto, 41 anos, que faleceu em um acidente na rodovia MG 354, km 567, próximo ao Parque Quedas do Rio Bonito, em Lavras, no dia 6 de dezembro de 2014.

Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar na época, o ciclista conduzia sua bicicleta no sentido Ingaí/Lavras, quando, por volta das 20h, se chocou frontalmente com um veículo modelo Ford K, conduzido por uma jovem de 26 anos, que seguia no sentido contrário, tendo morte instantânea no local. O acidente aconteceu numa curva. Hernani Costa Neto estava acompanhado por um grupo de ciclistas que seguiam atrás dele.

A reportagem do Lavras 24 Horas conversou com a mãe do ciclista, a professora aposentada Magda Costa, 63 anos, que afirmou esperar que seja feita justiça com relação ao acidente que matou seu filho. Ela disse que em nenhum momento foi procurada pela motorista para justificar ou se desculpar pelo ocorrido e que a mesma teria tentado deixar o local do acidente após a batida, mas foi impedida pelo grupo de ciclistas que pedalavam com o filho.

Segundo a Justiça, a motorista do veículo responderá ao processo pelo crime de homicídio doloso, quando não há intensão de matar. A  pena nesses casos são mais brandas, podendo variar entre 2 e 4 anos de detenção, bem como prestação de serviços à comunidade, apreensão da Carteira da Habilitação  ou a doação de cestas básicas, tudo de acordo com a interpretação e decisão do juiz responsável pelo caso.

Magda Costa alega que a motorista estaria conduzindo o veículo na contramão, tendo ultrapassado a faixa continua da pista, o que teria provocado a colisão violenta, que resultou no choque frontal entre a bicicleta e o carro, provocando a morte instantânea do ciclista no local.

Além da instauração do processo criminal – comandado pelo advogado Dr. João Batista da Silva, o “João Franja”, ela entrou com uma ação indenizatória na Vara Civil, conduzida pelo advogado Dr. Carlos Lindomar.

No dia do acidente, ela contou que passou a tarde com o filho, que havia visitado a avó, no bairro São Vicente, o que fazia todo sábado. “Deus me tirou um filho, mas me deu muitos filhos nascidos do coração. Recebi o apoio de muitos de seus amigos ao longo de todo esse tempo. Ficou um vazio que foi preenchido por esse carinho”, declarou.

Hernani Costa Neto era aluno do curso de Educação Física da Ufla e um apaixonado por montain bike.  Ele também era atleta da Liga Esportiva e presidia o Núcleo de Estudos em Imonobiologia (Neimbio) da Ufla. Magda Costa disse que tinha informação de que a Ufla homenagearia o filho dando o nome dele á ciclovia da instituição.

Defesa

Ouvido também pela reportagem, o advogado de defesa da motorista, Dr. Robson Coimbra, afirmou que sua cliente viajava no sentido Lavras/Ingaí para visitar um sobrinho doente, quando ao fazer a curva na rodovia, foi surpreendida pela presença do cliclista, que não portava nenhum tipo de refletor ou lanterna frontal, não dando possibilidade para que ela se desviasse dele.

Segundo o advogado, ela teria prestado socorro a vitima no local, tendo tentado ligar para o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, juntamente com o grupo de amigos de Hernani Costa Neto. Ela conduzia o veículo a uma velocidade de 70 km/hora no momento da batida, sem apresentar sintoma de embriagues e com todos os documentos regularizados. “Fomos muito bem atendidos pelo Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar naquele dia. Minha cliente trafegava na sua mãe de direção no momento da batida”, recordou.

Dr. Robson Coimbra lembrou que durante a audiência o juiz ouvirá o promotor, seu assistente, os advogados de defesa e acusação, testemunhas, além de analisar os documentos do processo. “Entendo perfeitamente a dor da mãe do ciclista, mas ela dá a impressão de que minha cliente fez um ato intencional, o que de fato não aconteceu”.

“Esse caso mostra a carência e a falta de preocupação do setor público da cidade para com espaços destinados a prática do ciclismo e também quanto a falta de conscientização quanto a segurança  para a prática do esporte em nossas estradas”, finalizou Dr. Robson Duarte.

Compartilhe esta notícia:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Últimas Notícias