O dia amanheceu ensolarado, mas, muito frio, no Paraíso, na Grande Sampa, com homens e mulheres,nadando, correndo, a pé, de bikes e carros últimos modelos, pelas ruas.
Fazia sol ou faia chuva se abrigavam, na Praça Dr. Augusto Silva, na Praça Sete, no Paraíso, enrolados em trapos, enfrentando o calor e o frio, e sobrevivendo dos restos esmolavam, dos transeutes.
Corriam também da Polícia, que pouco os entendiam e da malandragem que visava principalmente as mulheres.Não havia luz que brilhasse para eles, naquele Mundo recheado de maldade.
Na verdade eram ermitões solitários, sem eira e nem beira, perdidos neste grande mundão de Deus, a procura de um não sei o quê, jogados prá lá e prá cá, refugiados de seus próprios conhecimentos e relacionamentos.
– Quem somos nós?, perguntava Jesus para uma Maria, perplexa.
Estudiosos vindos de todos os caminhos lutavam entre si para responder este grande questionamento, que nos séculos seria o grande debate da Humanidade.
Quem sou eu?, angustiava Jesus diante da sua pobreza e das lutas contra os poderosos que lhe eram propostas.
– Não quero ser apenas uma efigie adorado por alguns – dizia Jesus a Maria, sua mãe.
Maria se lembrava do anjo a trazer-lhe a notícia do nascimento de uma criança e a desilução de José, excelente trabalhador.
-Você é filho de Deus – dizia soluçante Maria- E terá muitos seguidores, como Alceu Amoroso, Lima, Dom Helder Câmara, Valdir Curi, Zé do Haical, Reverendo Samuel Gammon, Atanoel Moura Maia, Chico Xavier, Mahatma Ghandi, Confúcio e muitos outros.
O rosto de Jesus se iluminava ao lado dos perdidos da sorte e lhes dizia que viessem até ele.
E Maria lhe dizia: “Você Jesus é filho do Homem, e ao Homem se dedicará’.
E sentavam numa grande roda, aluz dos archotes, acompanhados dos que nele acrditavam, como o rico judeu José de Arimatéia.
E orava: “Pai Nosso que estais nos Céus,Santificado seja Vosso nome…”