Instagram só para para médicos ganha versão em português

Um médico de um acampamento de refugiados no norte do Líbano tinha dúvidas sobre uma lesão cutânea vista em um paciente e recebeu ajuda de um residente de clínica médica de Vancouver, no Canadá. Assim como especialistas de todo o mundo também puderam conhecer o padrão de microcefalia, possivelmente relacionado ao zika vírus, que colocou o Brasil nos centros das atenções no final de 2015. Tudo por causa de um aplicativo que conecta profissionais de saúde do mundo todo em uma rede colaborativa para discussão de casos clínicos.

O Figure 1, plataforma global para compartilhamento e discussão de casos clínicos, acaba de ganhar uma versão em português. Agora, a comunidade médica brasileira poderá compartilhar casos em sua língua nativa, além de continuar tendo acesso a milhares de casos em inglês.

A expertise dos profissionais de saúde e sua predisposição em colaborar na discussão de casos ficou evidente com a epidemia do vírus zika, quando toda a comunidade científica e médica dependia dos relatos brasileiros.

Os casos de microcefalia e zika vírus compartilhados no Figure 1 foram visualizados por milhares de profissionais de saúde do mundo inteiro, e para muitos consistiram na primeira oportunidade de acompanhar casos do vírus em tempo real, e desta forma aprender sobre seus principais sintomas e formas de detectá-lo.

“O aplicativo me auxiliou no diagnóstico diferencial de um caso de dengue, onde as outras suspeitas eram zika e chikungunya”, conta o estudante de medicina da Universidade de Taubaté, Diego Tajes, que utiliza o Figure 1 na versão em inglês há quase dois anos.

O aplicativo existe desde 2013, mas é a primeira vez que é disponibilizado em outro idioma. Os brasileiros já são o sexto maior mercado no Figure 1 e estão entre os mais ativos na plataforma. Mais de um milhão de profissionais de saúde, em mais de 190 países, já utilizam o aplicativo. Casos já foram compartilhados e visualizados mais de 1,5 bilhão de vezes.

O aplicativo faz parte do movimento “mobile health”, que vem derrubando barreiras no processo de compartilhamento de informação na área de saúde. O aplicativo desafia o método tradicional de estudo de casos clínicos oferecendo uma forma instantânea e colaborativa para discussão de casos clínicos reais.

Ao baixar o aplicativo gratuito, disponível para iOS e Android, o usuário pode tirar fotos, usar as ferramentas disponíveis para ocultar informações de identificação do paciente e utilizar um termo de consentimento com assinatura digital adaptado à legislação brasileira. Em questão de minutos o caso pode ser compartilhado dentro de uma comunidade global para sua discussão.

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