Foco de transmissão de Leishmaniose é descoberto em Ribeirão Vermelho

 

Um estudo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) descobriu um alto índice de infestação por mosquitos-palha, os transmissores da Leishmaniose em Ribeirão Vermelho. Os pesquisadores fazem o monitoramento da doença. Sete cães já tiveram de ser sacrificados.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Joziana Muniz de Paiva, os números são preocupantes. “Se a gente fizer um paralelo, o que a gente encontra em uma armadilha em Ribeirão Vermelho é mais do que a agente encontrou em todo o período de trabalho de 2013 até hoje em Lavras, onde já temos casos caninos e humanos, inclusive com óbito”.

Uma das pesquisadoras da UFLA que espalha armadilhas para recolher os insetos, Ingrid Alvarenga, fala sobre o procedimento de captura “A armadilha é colocada em uma noite e deixada três noites seguidas, uma vez por mês. Na manhã seguinte, a terceira noite, a gente recolhe esta armadilha e leva pro laboratório para fazer triagem”, explica.

Desde o início da pesquisa em Ribeirão Vermelho, cerca de 400 mosquitos foram capturados. Destes, 109 são possíveis transmissores da forma mais grave da doença, a Leishmaniose Visceral. Os pesquisadores querem descobrir quais destes insetos estavam contaminados.

Cães

Um dos cães que foi sacrificado pertencia à dona de casa Marlene de Oliveira. “Fiquei triste porque ele era um cachorro muito dócil. O importante para mim não é eu gostar, é eu cuidar. E se estiver doente é evitar que pegue nos outros cães e vizinhos”, lamenta.

Nos cães a doença não tem cura. Em Ribeirão Vermelho, são cerca de 1.500 animais para uma população de pouco mais de 4 mil habitantes.

Lavras

Em Lavras, em um ano, foram registrados seis casos da doença. Um deles foi com a estudante Lara Nascimento. ”Senti muitas dores na barriga, a febre era constante. Ficava muito desanimada. Não conseguia fazer nada. Nem sair na rua”, relata a garota.

Os cachorros da casa dela e dos vizinhos fizeram exames e o resultado foi negativo. A mãe da menina, Hivânia Adriana Fonseca, comenta os cuidados que tomou após a doença da filha. “Dedetizaram a casa, colocaram armadilhas e os meninos da UFLA vem fazendo acompanhamento até hoje. Foi um susto muito grande. Eu nunca imaginei que minha filha pudesse estar com uma doença tão séria”, depõe.

*Fonte G1

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