A decisão do Governo federal de autorizar a intervenção do Exército no Rio de Janeiro levou o secretário de Segurança de Minas, Sérgio Barboza Menezes, a solicitar uma reunião com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O objetivo é discutir os impactos que a presença das tropas no Estado vizinho possam causar por aqui.
A confirmação do pedido de reunião foi feita na noite desta sexta-feira (16). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) de Minas informou que o governo estadual está atento e “em planejamento de ações para evitar qualquer resquício negativo oriundo da situação da segurança pública do Rio de Janeiro”.
Afirmou também que, junto com a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Sistema Prisional, já realiza avaliações por meio das áreas de inteligência e operacional, e em parceria com outros estados, e que essas ações seguem reservadas por questões de segurança.
A expectativa é a de que, se o pedido para a reunião for aceito, participem do encontro os secretários de segurança de São Paulo e do Espírito Santo, estados que também fazem fronteira com o Rio.
Procurado pela reportagem na noite desta sexta, o Ministério da Justiça disse que ainda não pode confirmar se a reunião será feita nem a data em que poderá ser realizada.
Na Zona da Mata, o anúncio sobre a atuação das Forças Armadas no Rio já levou o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, a pedir ao comandante local da Polícia Militar medidas para proteger os estados e aquela região. A cidade fica a 50 quilômetros da divisa com o território fluminense.
O Exército foi mobilizado para assumir a segurança pública e a luta contra o crime organizado no Rio por meio de um decreto do presidente Michel Temer. É a primeira vez desde a Constituição de 1988 que uma intervenção das Forças Armadas, nesses moldes, acontece. A medida vale até 31 de dezembro.
O interventor será o general comandante do Leste, o mineiro Walter Braga Netto. Ele disse nesta sexta que a situação do Rio “não está tão ruim assim”. E que “há muita mídia” em torno da questão.
O decreto de intervenção será votado na segunda-feira. Enquanto ele estiver valendo, nenhuma alteração na Constituição pode ser feita. O texto dá às Forças Armadas o controle total das operações de segurança e das polícias civil e militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária no Rio. Tem efeito imediato.
Com agência France Presse
Fonte: Hoje em Dia