Se os índices econômicos andam com passos de tartaruga e a crise politica, social e institucional parece se agravar a cada dia, que o diga a situação financeira de instituições filantrópicas de Lavras. Elas enfrentam com esforço esse momento para atender pessoas vulneráveis.
Há algumas semanas atrás o alerta vermelho soou no Lar Augusto Silva, o asilo, por conta da redução do estoque de mantimentos da entidade. Campanhas de doações organizadas na cidade reverteram a situação.
Mas a instituição continua sua luta para atender 83 idosos e arcar com os custos do pagamento de vários profissionais que prestam serviço no local, como cozinheiras, serviços gerais, motorista, enfermeiras, assistente social, auxiliar administrativo, entre outros.
A instituição também recebe ajuda da Associação dos Amigos de Irmã Benigna (AMAIBEM), mas precisa vender doces, organizar almoços e barraquinhas para a venda de salgados a fim de agregar novos recursos. Ela também conta com o Bazar Irmã Benigna voltado para a venda de roupas e acessórios. Além disso, a entidade tem um carnê mensal para a doação de qualquer valor para pessoas interessadas.
A diretora da instituição administrada pela Congregação da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, Irmã Joana Darc Paulino, disse que a crise é o reflexo do que acontece hoje em muitos lares do município. A criatividade foi o caminho encontrado pela entidade para atravessar essa fase.
Para o próximo ano, a luta será buscar recursos junto à sociedade civil e privada para a reforma de todo prédio onde funciona a instituição. Todas as suas instalações precisarão se adequar às normas do projeto de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros. O asilo foi fundado em 1931, mas desde 1963 é administradora pelas religiosas.
Quem quiser ajudar a instituição com doações pode fazer isso por meio de deposito no Banco do Brasil: agência 3646 e conta 3375-dig 8 . “Qualquer doação é bem vinda. A cidade contribuiu muito com a gente e pedimos naquela situação para quem puder ajudar que continue”, finalizou a irmã.
Cortes
Na Casa do Vovô, a situação não é diferente. Segundo o administrador da instituição, Marcos Alves, aquilo que poderia ser considerado o auge da crise vivida no ano passado, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, não teve tantos desdobramento negativos quanto o momento atual. “Hoje a situação parece que se agravou”. Ele disse que houve redução dos gastos de energia, medicação e material cirúrgico utilizado pelos internos através da pesquisa entre fornecedores mais baratos.
A entidade que existe há 18 anos é composta por 50 idosos atendidos por funcionários e voluntários. Hoje a principal fonte de renda é a contribuição retirada das aposentadorias (70%) de cada interno garantida pelo Estatuto do Idoso. Ela também conta com o serviço de teledoações, essencial para que a casa continue a funcionar.
Alves disse que a ajuda chega também através da doação de dinheiro, móveis e roupas. O material que não utilizado é revertido para outras entidades assistências de Lavras e região. “Acredito que estamos perto do fim. Estamos vivendo uma catarse. Tenho esperança que as coisas melhorem em breve”. Quem quiser colaborar de alguma forma pode entrar em contato com a Casa do Vovô através dos telefones 3822-8867 (teledoações) e 3826-1651.