Cemig demite 158 e Sindieletro vai à Justiça questionar

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) vai entrar na Justiça ainda nesta semana contra as 158 demissões anunciadas ontem de manhã pela Cemig. A confirmação é do advogado do sindicato, Flávio Roesberg, que esclarece que a ação de dissídio coletivo será impetrada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT 3ª Região) para reverter as demissões e reintegrar os funcionários aos quadros da empresa. Ontem à tarde, os trabalhadores fizeram manifestação em frente ao prédio da Cemig, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Foram desligados funcionários da capital e do interior do Estado.

Roesberg afirmou que ficou caracterizada demissão em massa e que, em nenhum momento, a Cemig procurou o Sindieletro para negociar. “Não houve a observância da imprescindível prévia negociação coletiva, como preconiza o TST. Todos foram pegos de surpresa”, reforçou.

Depois do protesto, diretores do sindicato foram chamados para uma reunião com representantes da diretoria da Cemig. Segundo o coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, a empresa alegou que os desligamentos são por problemas financeiros e daí está sendo feita uma readequação do quadro.
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Silva esclareceu ainda que todos os demitidos são funcionários que estão prestes a se aposentar e pertencem ao quadro próprio da Cemig. Os demitidos completariam, até 30 de junho deste ano, 55 anos de idade e 30 anos de contribuição do INSS para mulheres e 35 para homens, e 30 anos de recolhimento para o fundo de pensão da companhia, o Forluz. A estatal tem hoje cerca de 7.800 funcionários e 23 mil terceirizados em todo o Estado.

Em nota, a Cemig diz que “a medida, que atinge cerca de 2% dos quadros da companhia em todos os níveis hierárquicos e, junto com outras iniciativas que já foram tomadas, permite à empresa obter uma considerável economia na sua folha anual, o que é fundamental para as suas necessidades de reajuste financeiro”.

PDV

Adesão. Desde o ano passado, a Cemig lançou dois Programas de Desligamento Voluntário Programado (PDV’s) e 570 pessoas aderiram, segundo o Sindieletro. A empresa confirma mais de 600.

Dívida de R$ 6,3 bilhões vence em 2016
“As demonstrações financeiras apresentadas em 31 de dezembro de 2015 indicavam uma dívida em torno de R$ 6,3 bilhões com vencimento neste ano”, diz outro trecho da nota da Cemig. Por causa da piora do cenário econômico, os custos de refinanciamento aumentaram e colocaram em risco “a sustentabilidade das empresas do setor elétrico brasileiro”.

Sobre os critérios para as demissões de ontem, a estatal alega que limitou as dispensas “somente aos empregados com elevada proteção previdenciária”.

Fonte: O Tempo

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