Acredite, você não é “o cara”.

Chegamos ao século XXI com o expressivo número de sete bilhões de pessoas no mundo. Um recorde que a humanidade levou milhares de anos para atingir. Não vou debater aqui se isso é positivo ou negativo, se o mundo está ou não preparado para acolher tanta gente. O meu objetivo é propor uma pequena reflexão sobre o modo de “ser um entre bilhões”.

Em uma sociedade tão complexa, tão diferente e com tantas pessoas, exige-se de cada um duas grandes habilidades: o altruísmo e a humildade. Ser altruísta é buscar o seu espaço na sociedade, sem tirar o direito dos outros, para que, juntos, formem um grande e significativo nós. E ser humilde significa descobrir o seu valor social e colocar-se a serviço das pessoas.

A ironia dessa sociedade de bilhões é que quanto mais nos multiplicamos mais impera a cultura do egoísmo, do consumismo e do individualismo. A busca por ser o melhor, por ser o diferente, por ser o mais belo, o mais rico, por ter o corpo mais perfeito e por ser o mais bem quisto, virou uma epidemia social. Nos Estados Unidos essas pessoas são chamadas de “The Best”. No Brasil, são conhecidos como “Os Caras”.

Como diz o escritor, José Fernandes de Oliveira, “todos os povos que seguiram ‘o cara’ e todos os caras que acreditaram ser ‘o cara’, acabaram quebrando a cara!” Se quer ser feliz aprenda a conviver com os outros, a descobrir o seu lugar no mundo e tirar das suas costas o peso de ser o “The Best” dos tempos modernos.

Essa busca desenfreada por ser “o cara” nada mais é do que um narcisismo exacerbado de quem acredita ser o centro do universo. E, acredite, você não é o “cara”. Eu também não sou. Ninguém será. Não pode haver “o cara” na sociedade de bilhões.

Portanto, não caia na armadilha dos marketings dos amigos, dos holofotes da mídia, dos puxas-sacos de plantão, dos bajuladores dos talentos alheios, da popularidade com o sexo oposto ou do acúmulo de riqueza material para se sentir “o cara”. Isso é ilusão passageira. Ser bom como pessoa é obrigação nossa, ser melhor do que os outros é paranoia…

É justamente a capacidade de agir com compaixão diante da dor humana que nos ajudará a sermos melhores a cada dia. Buscar menos aplausos e mais solidariedade é um caminho infalível para transformarmos em pluralidade o que ainda insiste e ser individualidade. Sejamos mais humanos e afetivos, pois, apesar de sermos sete bilhões de pessoas no mundo, a humanidade está carente de bons seres humanos…

Prof. Dieikson de Carvalho

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